O surgimento da estrutura teórica que fundamentaria a bioética está ligado ao livro ?Bioética: uma ponte para o futuro?, do médico cancerologista Van Rensselaer Potter, em 1971. Para esse autor o termo ?bioética? por ele proposto estaria vinculado em dois alicerces: os saberes biológicos associados aos valores humanos da ética e da moral.
É possível resgatar alguns eventos degradantes, nos anos 1950 e 1960, nos Estados Unidos, relacionados às pesquisas médicas.
– Estudos experimentais em seres humanos, não autorizados, da transmissão e complicações neurológicas da sífilis, em pessoas de pele negra, depois da comercialização da penicilina;
– Injeção de células cancerosas vivas em doentes idosos para estudo da imunoterapia em cancerologia;
– Injeção do vírus da hepatite B em crianças em um hospital de Nova Iorque.
De igual importância, o livro do médico anestesista Henry Beecher, relacionando pesquisas médicas envolvendo seres humanos, chamados de ?segunda classe?, hospitalizados em hospitais de caridade, adultos com distúrbios mentais, crianças com graves retardos mentais, idosos e presidiários, todos sem possibilidade de assumir postura ativa de questionamento junto ao pesquisador;
Esse conjunto de acontecimentos culminou, em 1974, nos Estados Unidos, na ?Comissão nacional para a proteção de sujeitos humanos na pesquisa biomédica e comportamental?, que gerou o Relatório Belmont: respeito às pessoas; justiça e beneficência.
A estruturação da bioética brasileira se iniciou em 1990. Em 1993, o Conselho Federal de Medicina lançou a revista científica ?Bioética?, mantida até a atualidade, abrangendo os temas de interesse médico, social e político relacionados à ética, moral e bioética.
Em 1996, foi criada a Sociedade Brasileira de Bioética, que reuniu os médicos e pesquisadores com focos comuns à bioética. Contudo, o marco fundamental iniciando a construção da bioética brasileira é a Resolução 196/1996, do Ministério da Saúde, de abrangência nacional, como ato de criação da Comité Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), instância reguladora dos Comités de Ética em Pesquisa (CEP), instaladas nas instituições de ensino e hospitalares, públicas e privadas, para analisar eticamente e acompanhar os projetos de pesquisas de qualquer natureza envolvendo seres humanos. Hoje, são mais de 600 CEPs registrados no Conselho Nacional de Saúde (CNS), onde as pesquisas envolvendo seres humanos, obrigatoriamente, são analisadas para aprovação ou rejeição.
CATEGORIAS
PÁGINAS
ESPAÇO DO USUÁRIO
-
ARTIGOS RECENTES
- ALGUMAS CONSTRUÇÕES DA MEDICINA NA FILOSOFIA GREGA
- MORFOLOGIA DA DOENÇA: ARQUEOLOGIA DA DOENÇA NA MACRO E MICRO DIMENSÃO
- MIGUEL SERVET, MÁRTIR DAS INTOLERÂNCIAS DE IDEIAS E CRENÇAS RELIGIOSAS
- OS ABORTOS ENTRE O SAGRADO E O PROFANO E AS PERIFERIAS URBANAS
- ESCOLHA DO CURADOR: ELO DE CONFIANÇA
- ANATOMIA: MARAVILHOSO DESVENDAR DO CORPO HUMANO
- MEDICINA COMO PAIDÉIA: o esplendor grego
- PRETENDIDA INFLUÊNCIA DOS ASTROS NAS DOENÇAS NO MEDIEVO EUROPEU
- ALGUMAS PRÁTICAS DE CURAS, EM PERNAMBUCO, DURANTE A INVASÃO HOLANDESA
- REVOLTA À MORTE
- MEDICINA E DIREITO NO CÓDIGO DE HAMMURABI
- ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTORICIDADE DA ÉTICA E
- EPIDEMIAS E PANDEMIAS: O MEDO COLETIVO DA DOR E DA MORTE
- Saúde, bom; doença, mal
- ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTORICIDADE DA ÉTICA E
- DOENÇA E DOENTE: DÚVIDAS CONCEITUAIS
- A CIRURGIA COMO ARTE
- DIA DO MÉDICO: PERMANENTE LUTA CONTRA A DOR E A MORTE
- SAGRADO E PROFANO
- CURANDEIROS E ADIVINHOS: AGENTES DE COESÃO SOCIAL
- ABORTO COMO MÉTODO ANTICONCEPCIONAL
- RELAÇÕES MÉDICO-MÍTICAS (RMM)
- RELAÇÕES MÉDICO-MÍTICAS (completo)
- VIDA E MORTE DOS TUPINAMBÁS
- A TRADIÇÃO GREGA: Medicina Romano-cristã
- SÍFILIS E AIDS – A DOENÇA NO LUGAR DO PECADO
- AS EPIDEMIAS – DA PESTE A AIDS – O MEDO COLETIVO DA MORTE I
- SER-TEMPO E O SER-NÃO-TEMPO
- O ENSINO DAS CIÊNCIAS DA SAÚDE FRENTE À TECNOLOGIA
- AS SANTAS CASAS (I)
- AS SANTAS CASAS (II)
- SAGRADO E PROFANO NA ARTE RUPESTRE: ARQUEOLOGIA DO CURADOR
- SAGRADO E PROFANO NA ARTE RUPESTRE: A ARQUEOLOGIA DO CURADOR
- RELAÇÕES MÉDICO-MÍTICAS
- RELAÇÕES MÉDICO-MÍTICAS (IV)
- RELAÇÕES MÉDICO-MÍTICAS (V)
- RELAÇÕES MÉDICO-MÍTICO (III)
- RELAÇÕES MÉDICO-MÍTICAS (II)
- NORMAS PARA MANUSEIO SEGURO DE DROGAS ANTINEOPLÁSICA
- Quimioterapia
- PRÁTICA MÉDICA E FUNCIONALISMO
- O PRANTO DO MÉDICO ROMENO E O PÓS AUTORITARISMO
- O PAJÉ TUPINAMBÁ
- A MEDICINA E AS CIÊNCIAS SOCIAIS
- O homem e a medicina ( IV)
- O homem e a medicina – III
- O homem e a medicina – II
- O homem e a Medicina – I
- NOVA PRÁXIS MÉDICA (III)
- NOVA PRÁXIS MÉDICA II
ARTIGOS – MÊS/ANO
- janeiro 2025 (5)
- dezembro 2024 (7)
- novembro 2024 (9)
- março 2020 (98)
- junho 2019 (12)
- março 2019 (25)
- fevereiro 2019 (56)
- janeiro 2019 (9)
- março 2016 (19)
- janeiro 2016 (1)
- dezembro 2015 (39)
- outubro 2015 (39)
- março 2015 (16)
- outubro 2014 (12)
- maio 2014 (15)
- março 2014 (30)
- setembro 2013 (157)
- agosto 2013 (106)
- julho 2013 (51)
- abril 2013 (5)
- março 2013 (34)
- outubro 2012 (17)
- julho 2012 (25)
- junho 2012 (1)
- abril 2012 (101)
- março 2012 (133)
ESTATÍSTICAS DO SITE
Usuários hoje : 132
Usuários ontem : 206
Este mês : 2160
Este ano : 13326
Total de usuários : 148607
Visualizações hoje : 232
Total de visualizações : 792900
Quem esta online : 2