Prof.Dr.HC João Bosco Botelho
A ciência e a tecnologia caminham velozmente na direção das menores dimensões da matéria. As práticas médicas estão inseridas no mesmo objetivo. O exame de imagem PET faz parte desse nova etapa da Medicina ampliando os limites da vida.
O PET-SCAN é imagem obtida por meio da emissão de pósitron. Para compreender melhor, é necessário pensar a matéria na dimensão sub-atômica. O pósitron é a anti-partícula do elétron, com massa e spin iguais aos do elétron, mesma carga elétrica e de sinal contrário: elétron positivo.
O PET foi desenvolvido pelos pesquisadores Edward Hoffman e Michael Phelps, em 1973, na Universidade de Washington.
Para a execução do exame e a produção das imagens, é necessário o Flúor-18 (18- fluordesoxiglicose) ou FDG, com meia-vida de apenas algumas horas, ligado à glicose e injetado no paciente. O FDG é uma substância similar à glicose, portanto um açúcar, uma das principais fontes de energia celular. Uma pequena quantidade deste açúcar radioativo é injetada no paciente e, após um período de captação, são realizadas as imagens. O PET scan capta os sinais de radiação emitidos pelo Flúor-18 transformando-os em imagens e determinando assim os locais onde há presença deste açúcar, demonstrando o metabolismo da glicose. As áreas do corpo que metabolizam exageradamente a glicose, como os cânceres, aparecerem em vermelho na imagem criada pelo computador.
Desse modo, tornou-se possível identificar tumores malignos tanto os primários quanto os metastáticos em tamanho não perceptível por meio de outros exames de imagens, como a tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) e as cintilografias. De modo absolutamente fantástico o PET é capaz de produzir imagens em três dimensões em “fatias” semelhantes à TC.
Diverso da TC que só analisa parte do corpo, portanto, a forma estática, o PET é um exame funcional, evidencia a função, no nível molecular, do metabolismo da glicose do tecido.