Prof. Dr. HC João Bosco Botelho
A medicina como paidéia é um dos marcos no conjunto civilizador. Trata-se de um processo complexo, oriundo desde os tempos imemoriais, mas irradiou esplendor indescritível na Grécia, entre os séculos V e III a.C..
Desde aquela época, os homens e as mulheres continuam desafiam a competência dos deuses, lutando para entender as suas finitudes frente a natureza circundante e organizando-se para viver mais e melhor. Nas palavras de Jaeger (Jaeger,1986):
“Este tema é, de fato, difícil de definir: como outros conceitos de grande amplitude ( por exemplo os de filosofia ou cultura), resiste a deixar-se encerrar numa fórmula abstrata. O seu conteúdo e significado só se revelam plenamente quando lemos a sua história e lhes seguimos o esforço para conseguirem plas-mar-se da realidade”
Medicina como especialização social estava definida centenas de anos antes do esplendor grego. A prática médica pré-grega sobreviveu ancorada entre a adivinhação e o saber empírico. O diagnóstico, o tratamento e o prog-nóstico eram trabalhados de maneira ametódica e casual. Por outro lado, uma grande parte da experiência foi acumulada, de modo predominante, pelos es-pecialistas da coisa sagrada. Estes fatores representaram obstáculos intrans-poníveis para reproduzir os saberes fora dos restritos grupos dos eleitos.
Esta evidência fica muito clara nas civilizações que se desenvolveram na Mesopotâmia e nas margens dos rios Indo e Nilo. Apesar do notável senso empírico desses povos, a Medicina permaneceu contida, na maior parte, nas amarras do adivinho do sagrado.
A tradição judaico-cristã (A Bíblia de Jerusalém, 1985) está abarrotada de passagens enaltecendo:
Dt 32, 39: “E agora, vede bem: eu, sou eu, e fora de mim não há outro Deus! Sou eu que mato e faço viver. Sou eu que firo e torno a curar (e da minha mão ninguém se livra).”
Eclo 38, 1-2: “Rende ao médico as honras que lhe são devidas, por causa de seus serviços, porque o Senhor o criou. Pois é do Altíssimo que vem a cura, como um presente que se recebe do rei. A ciência do médico o faz trazer a fronte erguida, ele é admirado pelos grandes”.
Não existe dúvida sobre a cultura grega ter absorvido, sem esforço, as origens míticas da Medicina e as mais antigas alianças que conceberam o médico como dono do saber notável. Contudo, o fantástico foi que a convi-vência da Medicina com o transcendente não impediu aos teóricos gregos de tirar-lhe a abstração divina e dar-lhe a roupagem do concreto, caracterizando o conflito de competência entre a Medicina e a religião.
No século IV a.C., a Medicina iniciou o longo processo de libertação das suas origens míticas, como arte ocupou, pouco a pouco, outros espaços entre os da heróica postura médico-mítica oriunda dos tempos ágrafos.
edificação das mentalidades, superando os imemoriais laços mágicos e as tradicionais funções específicas no trato da doença.
A Medicina era ciência e como toda ciência deveria valorizar a etiologia. Leucipo de Mileto (Os Pré-Socráticos, 1978) sentenciava:
“Nenhuma coisa se engendra ao acaso, mas todas (a partir) da razão e por necessidade”.
A fisiologia do corpo que amparava a prática da Medicina estava ligada aos pré-socráticos, especificamente, aos filósofos jônicos, intérpretes da natu-reza através da tékhne (Entralgo, 1943; La Vega, 1981a; Thivel, 1981, Cornford, 1981).
A mistura entre a mágica, através do poder de curar das divindades, e o empirismo continuou forte e coerente com o universo cultural grego, principal-mente, através de Asclépio, o deus da grego da Medicina. De modo geral, o herói estava associado à cura.Grande número de deuses possuíam, entre os seus atributos, o dom de sarar as doenças e as feridas de guerra (República 407d)
Contudo, o médico atuava muito além do espaço sagrado, continuava exercendo a arte de adivinhar, porém sobre um sistema teórico coerente que observava e interpretava os sinais da natureza visível e invisível. Este avanço de dimensões gigantescas, patrocinado pelos jônicos, possibilitou estabelecer a ponte que ligaria, para sempre, o diagnóstico, o tratamento e o prognóstico.
A natureza tornou-se a medida de todas as coisas. Os conceitos nor-mativos alcançaram os significantes da enfermidade como sendo desvio do natural, do funcional e, em maior amplitude, mudança na physis do homem. Pode-se compor cinco alicerces fundamentais da physis embutidos na Medicina (Entralgo, 1981). :
1)Universalidade e individualidade : todas as coisas têm a sua physis própria, os astros, os ventos, as águas, os medicamentos, o homem com as suas partes, as doenças, etc. A obra I Das Epidemias distingue:
‘’…a physis comum de todas as coisas, da physis própria de cada coisa’’.
2) Como princípio: a physis é o princípio (arkhé) de tudo que existe. No livro Sobre os Lugares e o Homem, lê-se:
‘’A physis do corpo é o princípio da razão da Medicina’’.
3)Harmonia: na sua aparência e na sua dinâmica a physis é harmoniosa. É a ordem que se realiza com beleza. A natureza é harmoniosa e produz har-monia.
4)Racionalidade: a natureza é racional em si mesma. Por esta razão existe uma fisiologia, a ciência na qual o logos do homem se harmoniza diretamente com os logos da natureza.
5)Divindade : a physis é em si mesma divina.
Este caráter divino da physis se manifestou na Medicina grega como marca contundente do conflito de competência com a religião, originado desde os tempos imemoriais (Botelho,1991).
A influência jônica foi tão grande que toda a literatura médica desta época que chegou até nós, foi registrada em prosa jônica, apesar de ter sido escrita em Cós, ilha de população e língua dóricas (Cornford, 1981). Este fato só pode ser explicado pela aceitação entre os letrados do avanço da cultura e da ciência jônicas.
A preocupação em estabelecer um elo duradouro entre o binômio saúde/ doença com a natureza circundante está presente na introdução do manuscrito Dos Ventos, Águas e Regiões ( Daremberg, 1855; Hippocrate, 1996), do século V:
“Quem quiser aprender bem a arte de médico deve proceder assim: em primeiro lugar deve ter presentes as estações do ano e os seus efeitos, pois nem todas são iguais mas diferem radicalmente quanto a sua essência especificada e quanto as suas mudanças. Deve ainda observar os ventos quentes e frios, começando pelos que são comuns a todos os homens e continuando pelas características de cada região ‘.
As doenças deixaram de ser compreendidas isoladas, e passaram a compor o produto resultante do desequilíbrio com a natureza (Jouanna, 1974; Thivel,1981; Hippocrate, 1994).
O centro harmonioso da confluência formou-se em torno da teoria do médico Empédocles (495-435 a.C.) (Os Pré-Socráticos, 1978; Hippocrate, 1990). Segundo o filósofo de Agrigento, os corpos são formados por quatro elementos eternos que permanecem em constante movimento: fogo, terra, água e ar.
Estava materializada, pela primeira vez, uma proposta teórica para ex-plicar a origem das doenças divorciada do mágico. Toda e qualquer enfermi-dade seria conseqüência do desequilíbrio entre um ou mais elementos.
Como toda mudança profunda nos saberes, a passagem da Medicina casual para a metódica, encontrou profunda resistência na sociedade grega. Para contornar as dificuldades e convencer do seu valor social, o médico expunha, como os sofistas, perante o público, os problemas da relação saúde/ doença sob a forma de discurso preparado.
Platão (Platon, 1950) no Político 296a-b-c, sistematizou o pensamento corrente da época ao descrever a nova postura do médico e do político. Ambos, baseados nos respectivos saberes, deveriam sempre que necessário, intervir na sociedade para promover melhoras.
O avanço da credibilidade dos médicos oficiais apoiados nas idéias dos filósofos jônicos não aconteceu sem conflito (Botelho, 1991). Ao contrário, houve violenta reação adversa apoiadas pelo povo e instruídas pelos adivinhos do sagrado.
O corte separando o antes e o depois, nos saberes da Medicina como paidéia, encontra-se no livro Das Doenças Sagradas (Daremberg, 1855; Hippocrate, 1983). Pela primeira vez, uma enfermidade é retirada, com clareza, do domínio dos curadores que trabalhavam no espaço sagrado das relações sociais e assentada no domínio da tékhne (Botelho, 1991) :
“Quanto a doença que nós chamamos de sagrada (epilepsia), eis o que ela significa: ela não me parece nem mais divina, nem mais sagrada que as outras; ela tem a mesma natureza que as demais doenças e se origina das mesmas causas que cada uma delas. Os homens atribuíram-lhe uma natureza e uma origem divinas por causa da ignorância e do assombro que ela lhes inspira, pois em nada se assemelha às outras”.
Foi nessa época, na ilha de Cós, entre os séculos V e IV, o maior florescer da Medicina grega. O seu principal representante Hipócrates foi reconhecido como o marco dos saberes médicos por Platão (Platon, 1950), nos livros Protágoras 313b-c e Fedro 270c, e por Aristóteles ( Aristote, 1989), no Político VII,1326. Entretanto, apesar de todas as obras desse período terem chegado a nós sob o nome de Hipócrates, não existem dúvidas de que foram escritas por vários autores (Hippocrate, 1986).
Os integrantes da Escola de Cós deixaram o maior legado da Medicina grega como paidéia: a teoria dos quatro humores. Para cada elemento de Em-pédocles, associaram uma categoria teórica, denominada humor, capaz de unir com coerência as qualidades da natureza com as do corpo. Atribuída a Políbio, está no manuscrito Da Natureza do Homem (Daremberg, 1855; Hippocrate, 1990):
‘’(…) o corpo humano contem sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra, que estes elementos constituem a natureza do corpo e são responsáveis pelas dores que se sentem e pela saúde que se goza. A saúde atinge o seu máximo quando estas coisas estão na devida proporção em relação umas às outras, no que toca a sua composição, força e volume além de estarem devidamente misturadas. A dor surge quando há excesso ou falta de uma destas coisas, ou quando uma delas se isola no corpo em vez de estar misturadas com as outras’’.
A prática da Medicina saltou do domínio casual para o método dos humores. O diagnóstico acompanhava, com incontáveis medidas do excesso ou da falta, a identificação do humor desequilibrado. Por outro lado, à terapêutica cabia excretar as sobras através de vomitórios, sudoreses, diureses, diarréias e sangrias. O prognóstico se materializava na boa ou na ausência de resposta ao tratamento.
Por outro lado, não foram menores os embates entre os filósofos e os médicos (Botelho, 1991). As oposições estão claras na análise de quatro textos:
1º) O filósofo Heráclito de Éfeso (540-470) (Pré-Socráticos, 1978), de genialidade exclusiva, é contundente na antipatia aos médicos:
“Os médicos, quando cortam, queimam, e de todo o modo torturam os pacientes, ainda reclamam um salário que não merecem, por efetuarem o mesmo que as doenças.”
2º) Platão (Platon, 1950) no livro Leis 720a-b-c-d-e, retoma a Medicina como téhkne ao distinguir as diferenças entre as práticas medicinais entre pobres e ricos. O filósofo critica o modo como os médicos dos escravos correm de um paciente para outro e dão instruções rápidas sem falar com os doentes e os compara com os médicos dos homens livres:
‘’Se um deles ouvisse falar um médico livre a pacientes livres, em termos muito aproximados das conferências científicas, explicando como concebe a origem da doença e elevando-se a natureza de todos os corpos, morreria de rir e diria no que a maioria das pessoas chamadas médicos replicam prontamente em tais casos: – o que fazes, néscio, não é curar o teu paciente, mas ensiná-lo como se a tua missão não fosse devolver-lhe a saúde, mas fazer dele médico’’.
A relação da Medicina com a natureza que os gregos tão bem assimila-ram ao atingir o social, em sistemas de valores e respostas claramente configu-rados, reforçava-se como paidéia. Nesta perspectiva, foi evocada por Sólon (Jaeger, 1986) ao descrever a conexão das doenças pessoais e coletivas com a desorganização social. Baseado nesta relação, o legislador fundamentou parte do seu pensamento político-filosófico afirmando que as crises políticas inter-feriam na qualidade da saúde de uma população. O sistema médico grego in-teragindo a saúde e a doença com a natureza contribuiu na busca de novos modelos de gerência social (La Vega, 1981b).
Platão (Platon, 1950) em Górgias 464b, 465a, 501, se ligou à Medicina utilizando-a como instrumento para compor algumas linhas mestras da sua concepção ético-filosófica.
Os conceitos platônicos confirmam o médico como a pessoa que, basea-da no que sabe sobre a natureza do homem sadio, conhece também o contrário deste, o homem doente e pode encontrar os meios para restituí-lo à saúde. Com base neste modelo, Platão traçou a imagem do filósofo tendo a mesma função no trato da alma. Existiu, neste ponto do pensamento platônico, uma parecença viva entre o médico e o filósofo, ao se completarem na busca da harmonia plena do homem com a natureza.
A Medicina grega interpretou um dos mais complexos problemas do diagnóstico: as múltiplas formas como uma mesma doença pode se manifestar. Para superar a adversidade, as escolas de Knido e Cós utilizaram as classi-ficações para estabelecer o número próximo da tipologia patológica (Thivel, 1981). O método é identificado por Platão (Cornford, 1981) como dissecação ou divisão dos conceitos universais nas suas diferentes classes.
A atitudes educadoras ultrapassaram os estreitos limites da terapêutica e incluíram a massagem, a prática dos esportes, a música , a dança, o teatro e os banhos coletivos no cotidiano da busca da saúde.
A concepção teórica de saúde dos gregos também envolveu a harmo-nia. Sendo natureza harmônica em si mesma, isto é, preenchendo na medida e simetria exatas as vicissitudes individuais, a saúde deve ser procurada neste contexto do normal.
A tendência do pensamento grego de agrupar em classificações gerais o todo e as partes, estimulou as tentativas de ordenar as doenças em grupos que apresentassem alguma semelhança no diagnóstico, no tratamento e no prognóstico.
Com a literatura médica contendo as recomendações específicas das normas que deveriam ser obedecidas para evitar a doença, a Medicina grega inicia outra importante contribuição para consolidar-se como paidéia ¾ a saúde não depende só dos médicos. A dieta, a higiene, o laser, a cultura, o es-porte são partes do corpo são.
Os hospitais construídos nesse período eram grandes e possuíam divisões destinadas aos médicos e aos enfermos. O complexo de Epidauro, na ilha de Cós, evidencia dezenas de salas de exames, alojamentos individuais para os doentes, salas de banhos coletivos, praça de esportes e anfiteatro para dez mil pessoas. A arquitetura grega amparava o discurso teórico da harmonia com a natureza na busca da saúde.
O novo espaço trabalhado pela Medicina, do século III, e sua íntima relação com a natureza com o objetivo educador, fizeram surgir as mais impor-tantes obras médicas destinadas ao público não médico.
Estas obras, Da Dieta, De um Regime de Vida Saudável e Da Natureza do Homem (Daremberg, 1855; La Vega, 1981b; Jaeger, 1986; Gourevitch, 1984; Hippocrate, 1986; Jouanna, 1974) contêm fantásticas sugestões de como deve ser a vida das pessoas comuns. Entre muitos aspectos, descrevem detalhes da caminhada após cada refeição dependendo da idade e das condições físicas de cada pessoa nas diferentes estações do ano.
A palavra higiene se impõe no sentido regulador não só da alimentação, mas também como caráter educativo da rotina do trabalho. A ginástica passa a fazer parte na manutenção da saúde. Por esta razão, os ginastas conquistaram papel importante no aconselhamento do corpo e permaneceram independentes frente ao crescente poder médico nas relações sociais grega.
O texto De um Regime de Vida Saudável (Daremberg, 1855; Hippocrate, 1972) se propõe servir de guia ao público. O autor fixou os parâ-metros da cultura médica mínima que todos poderiam possuir para permane-cerem saudáveis. O objetivo central seria estabelecer, pela lei, o caminho que as pessoas deveriam seguir para evitar a doença.
O processo formador da Medicina como paidéia continua vivo e atual. O estandarte “Saúde para todos no ano 2000”, defendido pela OMS, e a tendência da defesa de uma pratica médica holística, estão embutidos nesse magistral ideário grego.
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